quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ÀDÚRÀ







O Candomblé sem dúvida é uma das mais belas e originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de nuances, com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em linguagem também própria e variadas.
A nossa religião é eminentemente de transmissão oral, e apesar disso, conseguimos preservar ao longo do tempo grande parte dos seus rituais, cânticos e liturgia.
A língua oficial nas Nações Kétu, Ègbá, Ifón e Ìjèsà, é o Yorubá, que apesar disso é também muito utilizada nos cultos de origem Angola e Jeje, oriundos de países e culturas diferentes. Algumas pessoas, infelizmente poucos são os terreiros que ainda conseguem ainda hoje manter a tradição falada em Yorubá e têm um domínio e conhecimento perfeito do idioma, mas a maioria dos seguidores do Candomblé apenas o faz de forma empírica e mecânica, limitando-se a repetir o que foi dito e decorando o essencial.
Torna-se, portanto muito importante nos nossos dias fazer um esforço no sentido de recuperar o Yorubá, por isso que devemos manter a tradição de ensinar e traduzir, para os nossos iniciados durante os anos de “noviciado” (yawô) Ketu ou Muzenza no Angola. Que não seja perdido e, sobretudo para que seja entendido tudo aquilo que é dito e transmitido na nossa tradição.
É através dela que se conversa com os Òrìsàs – a tradição Oral – e é também através dela que se expressam os Orins (cânticos), Àdúrà (rezas), Ofos (encantamentos) e Oríkìs (louvações).

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