O Candomblé sem dúvida é uma das mais belas e
originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de
nuances, com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em
linguagem também própria e variadas.
A nossa religião é eminentemente de transmissão
oral, e apesar disso, conseguimos preservar ao longo do tempo grande parte dos
seus rituais, cânticos e liturgia.
A língua oficial nas Nações Kétu, Ègbá, Ifón e
Ìjèsà, é o Yorubá, que apesar disso é também muito utilizada nos cultos de
origem Angola e Jeje, oriundos de países e culturas diferentes. Algumas
pessoas, infelizmente poucos são os terreiros que ainda conseguem ainda hoje
manter a tradição falada em Yorubá e têm um domínio e conhecimento perfeito do
idioma, mas a maioria dos seguidores do Candomblé apenas o faz de forma
empírica e mecânica, limitando-se a repetir o que foi dito e decorando o
essencial.
Torna-se, portanto muito importante nos nossos
dias fazer um esforço no sentido de recuperar o Yorubá, por isso que devemos
manter a tradição de ensinar e traduzir, para os nossos iniciados durante os
anos de “noviciado” (yawô) Ketu ou Muzenza
no Angola. Que não seja perdido e, sobretudo para que seja entendido tudo
aquilo que é dito e transmitido na nossa tradição.
É através dela que se conversa com os Òrìsàs –
a tradição Oral – e é também através dela que se expressam os Orins (cânticos), Àdúrà
(rezas), Ofos (encantamentos) e Oríkìs (louvações).
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